13.12.11

lembrei-me de como é idolatrar alguém


Era pequena, mas tinha tanta certeza daquilo que sentia que nada mais importava. Idolatrava-o como ninguém, amava-o mais do que poderia amar-me a mim própria. Fazia tudo o que ele me pedia, entrava em todas as brincadeiras, não lhe desobedecia por mais que me desse vontade, corria para ele sempre que ele chegava. Lembro-me como se fosse hoje, percorríamos os corredores frios lado a lado, numa imensidão de barulho que mal nos ouvíamos um ao outro, e espreitávamos, finalmente para dentro do túnel onde o calor parecia derreter tudo o que lá entrasse. E ele explicava-me para que servia aquilo tudo e eu ficava maravilhada. Era como se aquele local fosse o armazém onde eu guardava todas as coisas por descobrir e ele fosse o professor que me ensinava tudo o que eu precisava de saber. Poderia ouvi-lo por horas, tal como hoje, sem me cansar. Adorava sentir o frio e o calor em simultâneo e sentar-me ao colo dele enquanto tentava aprender as jogar às cartas no computador, sem sucesso. Hoje, depois de tantos conflitos e tantos pontos de vista diferentes, estamos a voltar ao que melhor sabíamos ser. Eu sou a menina dos olhos dele. Ele, apesar das suas teimosias e da sua "linha correcta inalterável", é para mim a melhor pessoa do mundo.

Sem comentários: